Last updated on January 23rd, 2021 at 08:24 pm
Caro leitor
Meu nome é Frank e tenho uma agência de viagens em Bogotá, Colômbia. Divirta-se enquanto lê!
Visita ao festival da flor em Medellin Colombia
Viajar a Medellín é sempre divertido. O clima é agradável, as mulheres são lindas e as pessoas muito amigáveis. Por isso, estava muito emocionado quando peguei o avião em 4 de agosto para essa cidade.
A FeiraFeira das Flores existe desde 1957 e é o acontecimento mais importante em Medellín. A feira representa o fim da escravidão, quando os escravos deviam subir nas suas costas os homens e mulheres de classe alta ladeira acima. Agora, em lugar de pessoas, os “silleteros” levam flores carregadas no dorso e, quando falo em flores, refiro-me a obras de arte feitas de flores que chegam a pesar até 100 kg.
Hoje em dia a feira dura 10 dias e inclui diversas atividades. Há uma exibição, concursos e um desfile de carros antigos. Diversas agências de viagem trazem ônibus lotados de turistas aos povoados próximos, onde visitam as fazendas produtoras de flores. Ali conhecem como as flores são cultivadas e como os silleteros constroem as suas obras de arte para o desfile (Colômbia é, por sinal, um dos maiores produtores de flores a nível mundial).
Um dos locais mais importantes para a história e a cultura dos produtores de flores e um dos pontos turísticos da Colômbia é Santa Elena. Visitei a fazenda silletera “Los Girasoles” com minha amiga Silvana. Ela é o meu contato local para as viagens que organizamos para Medellín. Lá aprendi sobre a história desta tradição e que os participantes do povoado mencionado conquistam a maioria dos prêmios do desfile. Também me disseram que marchar como silletero é um direito de nascimento que só pode ser herdado. De outras pessoas fiquei sabendo, também, que o pessoal toma aguardente (uma bebida alcoólica colombiana muito forte) durante o festival e alguns começam a beber desde bem cedo na manhã.
Na segunda feira, o dia do desfile principal, Silvi me disse que tinha que estar antes das 10 da manhã na entrada da arquibancada. Isto me confundiu um pouco, pois eu sabia que o desfile principal começaria às 2 da tarde. Porém, ela me informou que o evento é tão popular, que convoca milhares de pessoas, de modo que se a pessoa chega tarde é impossível encontrar um lugar entre a multidão.
Às 9:30 a.m. da segunda feira já me encontrava no lugar e pude comprovar que Silvi não estava exagerando. A um lado do desfile estavam as arquibancadas, as quais abriam as suas portas às 10 da manhã. O outro lado é aberto ao público e as duas primeiras filas já estavam ocupadas. Os visitantes trouxeram cadeiras, mantas, comida, geladeiras portáteis e guarda-sóis; era como um festival de ópera ao ar livre. Disseram-me que as primeiras pessoas guardavam o seu lugar desde às 5 da manhã. Também tinha um bocado de vendedores ambulantes vendendo comida, bebidas e alugando cadeiras e outras coisas.
Assim que recebi o meu bilhete, fui para à arquibancada. Tinha trazido o meu Kindle para o caso fortuito de que chegasse a ficar entediado, mas logo percebi de que não o precisaria em absoluto. A nossa arquibancada, com capacidade para 400 pessoas aproximadamente, estava reservada exclusivamente para turistas. A maioria era de colombianos de outras partes do país, pois o colombiano é especialista em festejar e sabe que quem viva àColômbia e sus festas participa da feira; alguns vinham da América do sul e de centro américa e muito poucos não eram latinos. Às 10:30 a.m. a arquibancada já estava lotada e a multidão estava animada. As pessoas falavam, comiam e alguns começaram um concurso de canto com as pessoas do outro lado da rua. Nesse dia ensolarado, a temperatura quase chegou a uns 25 grados Celsius.
Como suíço, posso descrever a dinâmica entre os visitantes como algo incrível. Os suíços nos diferenciamos muito dos latinos; não estamos muito longe do estereotipo do suíço conciso que passa contando dinheiro o tempo todo. Mesmo assim e a pesar de viver quase dois anos na Colômbia, jamais poderia ter imaginado um espetáculo semelhante. Pensei «estas pessoas nem sequer precisam de um desfile, Eles mesmos são um espetáculo para ver na Colômbia!» E todos participavam, desde os meninos até a avó sentada na minha frente. Ela tinha no mínimo 80 anos e media apenas uns 140 centímetros de altura, mas sabia rebolar muito bem e se mexia com o ritmo da música Não podia deixar de sorrir!
Finalmente, chegou o primeiro veículo com DJ’s e dançarinos dando pequenos brindes ao público. Silvi me disse que isso era apenas o começo. Tratava-se simplesmente de veículos de propaganda de grandes empresas colombianas. Foi sumamente divertido e pôs a todos os espetadores a dançar.
Duas horas depois, os assistentes ainda não se cansavam de celebrar e competir entre eles com canções. Então finalmente iniciou o desfile principal, o qual estava dividido em várias categorias: clássico, tradicional, comercial e acho que algo parecido a De doidos! Algumas vezes não podia acreditar o que meus olhos viam. Alguns silleteros transportavam enormes monumentos florais nas suas costas. Durante o percurso, cada grupo tinha jovens escoteiros acompanhando-os para se assegurar de que nenhuma destas belas peças de arte terminasse no chão.
Mas as flores não foram as únicas protagonistas do desfile. As autoridades não pouparam em despesas e também fizeram bonito. Bombeiros, policiais, o exército nacional, as empresas de limpeza urbana, todos tiveram o seu lugar no desfile. Diferentes grupos musicais e de dança realizaram à sua performance com shows espetaculares. Artistas disfarçados também tiveram o seu momento no espetáculo. O público ficou tão impressionado pelo evento, que agradeceu com intermináveis aplausos, cantos e comemorações. Precisamente, foi o constante apoio do público a força impulsora dos silleteros para continuar avançando, a pesar da pesada carga que levavam.
Depois de aproximadamente três horas cheias de flores e encanto, o desfile chegou ao seu fim. A tão só 100 metros de distância vinha um esquadrão completo de limpeza com camiões e trabalhadores uniformados limpando qualquer rastro de sujeira ao seu passo, deixando as ruas limpas, quase como se o desfile jamais tivesse ocorrido.
Estarei encantado de voltar no próximo ano!
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